sábado, 14 de janeiro de 2023

Tática e revolução: uma análise política dos Piquetes e dos Black Blocs * ELAINE AMORIM y SANTIANE ARIAS.UBA

Tática e revolução: uma análise política dos Piquetes e dos Black Blocs

ELAINE AMORIM y SANTIANE ARIAS
XI Jornadas de Sociología. Facultad de Ciencias Sociales, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires, 2015.

Cita:
ELAINE AMORIM y SANTIANE ARIAS (2015). Tática e revolução: uma análise política dos Piquetes e dos Black Blocs. XI Jornadas de Sociología. Facultad de Ciencias Sociales, Universidad de Buenos Aires, Buenos Aires.

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Tática e revolução: uma análise política dos Piquetes e dos Black Blocs

Elaine Amorim (UNICAMP ) e-mail: amorim_elaine@ig.com.br
Santiane Arias (UNICAMP) e-mail: santiane@gmail.com

Resumo:

O objetivo dessa comunicação é discutir o caráter dos Blocos Negros (Black Blocs), difundidos no Brasil após as manifestações de junho de 2013, e dos piquetes, realizados a partir de meados dos anos 1990 à aurora dos 2000 pelos movimentos de desempregados na Argentina. Problematizaremos especialmente a relação entre essas práticas e a noção de ação direta, tomando como objeto de análise o método de atuação. Com isso, pretendemos contribuir para a análise de importantes questões sobre a participação contemporânea, especialmente àquelas que se referem às especificidades dessas formas de ação.

Palavras-chave: ação direta, piquetes, black-blocs, formas de ação, lutas sociais.

Introdução

Propomos discutir o caráter dos Blocos Negros, difundidos no Brasil após as manifestações de junho de 2013, e dos piquetes, realizados entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2000 pelos movimentos de desempregados na Argentina, conhecidos popularmente como piqueteros. Pretendemos problematizar especialmente a relação entre essas práticas e a noção de ação direta. A escolha dos Black Blocs e dos piquetes como objeto de análise deve-se às particularidades apresentadas por essas duas formas de ação à cena política. Ambos colocam importantes questões sobre a participação contemporânea e trazem consigo muitas indefinições conceituais: tratar-se-iam de táticas de luta, performances de caráter estético ou parte de uma estratégia mais ampla de destruição de uma ordem social? Na atual conjuntura, essas práticas assumiriam um caráter político defensivo ou ofensivo? Contra quem ou o que são direcionadas e o que almejam? Propomos, nesse sentido, uma análise exploratória dos piquetes e dos black blocs, tomando como objeto de análise o método de

atuação. Para isso, fundamentando-nos em nossos estudos de doutorado sobre os movimentos de desempregados argentinos e o movimento altermundialista.

A ação direta


Uma forma de luta pode ser distinguida pelo seu caráter indireto ou direto. Se as ações indiretas correspondem aos conflitos mediados por mecanismos institucionais constituídos historicamente com o objetivo de controlá-los e regulá-los segundo as normas que regem a ordem social (Rebón; Antón, 2006), a definição da ação direta parece ser ainda um campo em disputa. No caso brasileiro essa disputa se tornou visível após as manifestações de junho de 2013, quando diversas ações passaram a ser caracterizadas como “diretas”, muitas vezes de modo impreciso. Daí a importância de resgatar brevemente a concepção original do termo elaborado, especialmente, no interior do pensamento anarquista como uma “teoria e método de luta” (Rebón, s/d).

A ação direta desde a sua origem foi muitas vezes mal interpretada por ter designado, quando usada pela primeira vez, em 1890, o “antônimo de ação política” (parlamentar). Surgida no interior do movimento sindical francês como uma reação às formas mais radicais de propaganda, a prática da ação direta significava “ação industrial”, em referência às greves, boicotes e sabotagens, consideradas como formas de preparação e ensaio para a revolução, mas que tinham também como objetivo imediato obter algum resultado concreto. A ação direta seria, então, coesa com a compreensão do uso de métodos libertários (meios) para o alcance de uma sociedade libertária (fins).

Na definição de Pierre Monatte (1998 [1907]), um dos expoentes do sindicalismo revolucionário, “(...) agir em seu próprio benefício, contar apenas com seu próprio esforço – isso é a ação direta”. Concepção que retomava o lema da Associação Internacional da Classe Operária (1864), qual seja: “A emancipação dos operários é tarefa dos próprios operários”. A ação direta teria, para Monatte, uma importância para a educação revolucionária do proletariado, considerado o agente da revolução, bem como para o sindicalismo.

Aos poucos a ação direta passou a ser confundida não só com atos de propaganda e com a desobediência civil, mas com qualquer forma de atividade pública que fosse contra a lei ou contra as regras aceitas constitucionalmente. Nos anos mais recentes ela foi associada, segundo Rebón (s/data), às formas de ação violenta, como se a desobediência à legalidade enquanto estratégia de confrontação pudesse constituir-se somente pela violência. Mas para

esse autor o elemento definidor do caráter direto encontra-se justamente na “transgressão de uma norma” e não no dano físico a pessoas ou coisas; ademais, a ação direta pode constituir- se não somente como um princípio político ou uma estratégia, mas igualmente como uma “tática pontual de confrontação”, empregada com o objetivo de resolver diretamente um problema ou de alcançar uma posição de força a fim de obter alguma resolução institucional.

Do debate sumariamente apresentado retemos, por ora, dois importantes elementos na caracterização de uma ação direta, quais sejam: a ausência de mediação, ou canais institucionais formais e a ideia de uma ação que visa um resultado concreto a partir do esforço e decisão do próprio agente. Ambos elementos estão interligados e podemos pensar, a partir deles, alguns exemplos, como: as ocupações e os acampamentos do MST e do MTST e a recuperação pelos trabalhadores de fábricas falidas. Existem, contudo, casos menos precisos e é importante inseri-los em seus determinados contextos para que possamos abordá-los de modo satisfatório. Entramos aqui, portanto, nos piquetes e os Black Blocs.

Os piquetes como método de luta dos desempregados

Na história das lutas operárias, o piquete esteve presente como um método de resistência e sob a forma de barricadas nas revoltas operárias francesas do século XIX. Na Argentina, a sua prática remete ao final do século XIX e consistia na interrupção dos acessos às fábricas e outros estabelecimentos por parte dos trabalhadores em defesa das greves (Benclowicz, 2013). Prática que teve uma continuidade nas lutas desencadeadas pelo setor rural e pelo movimento operário no início do século XX, bem como durante os conflitos travados entre os anos de 1960 e 1970 (Artese, 2011).

Esses registros contrapõem-se às leituras que ressaltaram a novidade dos piquetes praticados, a partir da década de 1990, como parte de novos “repertórios de ação coletiva”. Uma análise dos piquetes à luz do processo histórico dos conflitos sociais travados no país revela não apenas a sua relação com tradições de luta e de organização da classe trabalhadora argentina, mas também uma “continuidade histórica” (Benclowicz, 2013) em relação às formas de protesto.

Mas qual configuração os piquetes ou cortes de rutas assumiram em uma conjuntura econômica marcada pela destruição em massa dos postos de trabalho? De acordo com Benclowicz, nos municípios petroleiros o significado da palavra “piquete” sofreu um “deslocamento”, passando a ser utilizada para denominar “(...) os pontos nos quais se concentravam os manifestantes para bloquear a rodovia” (Benclowicz, 2013, p. 13). De fato, os piquetes que se massificaram caracterizaram-se especialmente pela interrupção das vias públicas, não se limitando ao bloqueio do acesso às plantas produtivas ou a uma barreira de contenção nos enfrentamentos com a polícia.

A análise etnográfica de Manzano (2009) sobre os piquetes realizados pelas duas maiores organizações de desempregados de Buenos Aires, demonstra que eles envolviam inúmeras técnicas de organização e controle. A organização espacial ocorria na escolha antecipada da região a ser bloqueada, geralmente próxima de locais com fácil acesso à água potável e sanitários; uma vez iniciado o piquete, os limites do espaço eram demarcados por pneus incendiados ou por uma barreira de contenção e proteção formada por membros responsáveis pela segurança do grupo. A manutenção do piquete dava-se por meio do abastecimento de água e alimentos, enquanto o controle da participação pelo monitoramento da quantidade de pessoas presentes e pelo sistema de revezamento ou substituição das mesmas por outros parentes que garantiam a continuidade da sua participação na ação. Essa descrição nos dá uma dimensão da dinâmica dos piquetes, embora esta pudesse variar de acordo com a duração da ação e fatores específicos do movimento convocante.

Mas era na especificidade dos impactos políticos e econômicos dos bloqueios que se encontrava a sua importância para as lutas dos desempregados. Em um contexto marcado pelo just in time e pela deslocalização da produção, no qual os transportes e as comunicações adquiriram cada vez mais importância para o processo de valorização do capital, ações que interrompessem a distribuição e a circulação dos produtos passaram a ter o potencial de afetar a concretização desse processo. Impedidos de paralisar o processo produtivo, parcelas da superpopulação relativa encontrou nesse método de luta a possibilidade de conformar uma nova relação de forças entre os seus movimentos e o Estado. Daí a importância estratégica dos piquetes para os movimentos de desempregados, na medida em que esse método de luta apresentava, além de um forte efeito imediato na mídia (Palomino et al., 2006), uma forte capacidade de enfrentamento e agressividade política.

Os manifestantes, ao ocupar ruas e rodovias impedindo a circulação do trânsito, pressionavam e interpelavam diretamente o Estado para as suas reivindicações, ao mesmo tempo em que demarcavam um terreno de luta ao politizar a questão do desemprego, evidenciando para toda a sociedade um problema que não era individual, mas fruto das relações de exploração capitalista. Se o ato de infringir a livre circulação era apresentado como ilegal, a legitimidade dos piquetes encontrava-se na visibilização de uma carência
objetiva – a garantia da própria sobrevivência. Os piquetes desafiavam a norma legal do direito de ir e vir, pautados no caráter legítimo de uma luta defensiva por condições elementares de vida. Nesse aspecto, encontramos aqui um elemento comum entre piquetes e blacks blocs: a crítica direcionada ao “direito burguês” expresso na igualdade formal de uso do espaço público.

Se a tensão entre legitimidade e legalidade é uma expressão da própria ação direta (Rebón, s/data), ela se manifestou nos piquetes. É significativo que, em defesa do caráter legítimo dessa forma de ação, algumas organizações de desempregados procuravam realizá-la distante de supermercados a fim de ressaltar a sua diferença em relação aos saques (Manzano, 2009), comumente compreendidos como delitos. Outra diferenciação que mostra essa tensão era a recusa por parte de alguns movimentos de cobrir os rostos (com lenços ou gorros) ou carregar paus e bastões durante os piquetes; procedimentos utilizados pelos setores mais combativos, particularmente os grupos autônomos, para não serem reconhecidos pelas forças policiais e defenderem-se nos casos de repressão. Não é por acaso que, em 2002, a estratégia de repressão do governo Eduardo Duhalde direcionou-se, de modo seletivo, sobre esses grupos, culminando no Massacre de Avellaneda.

As tensões aqui apontadas que se repercutiram em divisões no interior dos movimentos de desempregados demonstram que o caráter político dos instrumentos de luta não está dado a priori. Por isso a necessidade de examinar as formas de luta à luz da conjuntura econômica e política, bem como da correlação de forças existente. Os piquetes, colocados em prática pelos movimentos de desempregados em um contexto de destruição massiva dos empregos possibilitou, segundo Artese (2011, p.121), demarcar o “posicionamento territorial como medida de pressão mais efetiva”. Nesse caso, esse método de luta não se constituiu como um “recurso tático” tal como se viu nas lutas do final dos anos de 1960 e início de 1970, quando ele estava subordinado a um leque maior de tipos de ação (como as greves, as marchas e, inclusive, o enfrentamento armado). Essa característica assumida pelos piquetes revelaria, ainda, o seu caráter político defensivo nos anos mais recentes, justamente por estarem inseridos em uma série de “lutas defensivas”, quais sejam: pela inclusão no mercado de trabalho, por bens materiais necessários para a sobrevivência, pela melhoria das condições de vida.

Ao discutir as concepções de tática e estratégia em Lenin, Marta Harnecker (1985) argumenta que para esse autor a tática deve determinar as orientações concretas das formas de organização e dos métodos de luta a ser adotados em cada momento histórico: “(...) Cada vez que surge uma nova conjuntura política, esta [a tática] deve responder com formas de
organização e de luta apropriadas a essa nova situação”. Os piquetes, nesse sentido, antes de se constituírem em novos repertórios de luta, foram reconfigurados frente a uma nova correlação de forças desfavorável para a classe trabalhadora argentina.

Essa discussão nos remete à relação entre piquetes e ação direta cuja análise parece exigir, do mesmo modo, a compreensão de cada situação concreta na qual esse método de luta é posto em prática. Afinal, todo piquete pode ser considerado como uma forma de ação direta? Parece-nos que não há aqui necessariamente uma equivalência. Mas o que permitiria caracterizar como ação direta os bloqueios realizados pelos movimentos de desempregados argentinos nos anos mais recentes? Tal caracterização é apresentada, por Manzano (2009, p. 32), quando argumenta que “(...) o piquete representava uma ação direta para forçar o compromisso de autoridades governamentais”.

Nesse sentido, um dos elementos que ajudam a responder a essa questão relaciona-se com o fato desse método de luta não ter sido utilizado pontualmente, pois se ele correspondeu, em outros contextos históricos, a um dos recursos adotado por segmentos dos trabalhadores ocupados dentro de um conjunto maior de táticas, nos anos mais recentes, acabaram assumindo um papel preponderante como forma de resistência dos desempregados. Por meio dos bloqueios, forma de resistência que envolve um engajamento físico na ação e a permanência no espaço onde o conflito se trava, os desempregados conseguiram, em muitas ocasiões, obter pelos seus próprios esforços um resultado concreto para as suas demandas. Disso parece ter resultado a significativa difusão dos piquetes, que haviam se tornado a ação mais eficaz para as organizações de desempregados em suas lutas.

O Black Bloc como tática

Os Blacks Blocs têm chamado a atenção da imprensa. Embora uma novidade no Brasil, os blocos humanos começaram a ser utilizados sistematicamente, já com os rostos cobertos e trajando preto, no início dos anos 1980, na Alemanha. As suas primeiras atuações ocorreram no confronto com a polícia, em reação à ordem de despejo de um conhecido squat.

Na década de 1990 os Blocos Negros chegaram aos EUA e ao Canadá, alçando visibilidade internacional em 1999, durante os protestos em Seattle, onde estava previsto o encontro da Organização Mundial do Comércio. Conhecida como a Batalha de Seattle, esse conjunto de manifestações, caracterizado pela abrangência de coalizões e pelo confronto violento com a polícia, datou o nascimento do movimento altermundialista. A identidade
deste movimento foi tecida, em grande medida, a partir da confluência de entidades, indivíduos e organizações nas diversas manifestações de rua ao longo dos encontros dos organismos multilaterais. Paralelo ao ciclo de protestos, a atuação da polícia local e do serviço de inteligência nacional se tornava cada vez mais articulada, destacando o papel dos Black Blocs. No entanto, a relação entre os ativistas de preto e os altermundialistas é ambígua, sendo declarada a insatisfação de algumas organizações, seja com a suposta violência empreendida pelos blocos, seja pela imprevisibilidade da sua atuação.

Se ao longo dos anos 1980 os blocos se constituíam tendo como alvo o confronto com as forças da ordem, num segundo momento, no seio das manifestações altermundialistas, a atuação foi direcionada ao patrimônio identificado como símbolo do capital internacional (Dupuis-Déri, 2014). Nesse sentido, recebeu atenção privilegiada dos blackblokers: empresas multinacionais, bancos, redes de lojas de luxo e franquias de fast food.

No Brasil, o fenômeno altermundialista esteve particularmente associado à realização dos Fóruns Sociais Mundiais, os quais contaram com grandes marchas pacíficas e ordenadas apenas na abertura do evento, e a presença de jovens com símbolos anarquistas, com rostos cobertos e vestidos de preto não chegou a configurar blocos de defesa e enfrentamento. Em junho de 2013, durante as manifestações contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, e em 2014, em meio às críticas aos gastos públicos destinados à realização da Copa do Mundo, eis que os Blocos Negros entram em cena, assumindo certo protagonismo na cobertura da imprensa. Aqui, novamente, as críticas aos Black Blocs são formuladas não apenas por membros e organizações de direita, mas também pela esquerda. Nas palavras de Boulos (2014) do MTST,
(...) em relação aos black blocs: com todo o respeito que quem está na luta merece, somos críticos dessa tática. Achamos que ela não contribui para o acúmulo de forças e para o avanço das lutas populares. Quebrar um banco pode parecer muito radical, mas é muito fácil. Quebrar uma vitrine de banco, podemos sair daqui e quebrar. Isso não vai fazer do Santander ou do Bradesco mais pobres. Isso pode resolver meu problema psicológico, mas não radicalizar as lutas sociais. Vai isolar as lutas populares no país. Não concordamos com essa tática e não a aceitamos nas nossas manifestações. Não aceitamos que uma minoria queira impor ao MTST, um movimento organizado, nas manifestações puxadas pelo MTST, formas de luta que tiram da sua cartola sem discutir em nenhum espaço. Prezamos por definição coletiva.

Os integrantes dos blocos possuem múltiplas influências ideológicas. Independente da orientação, caracteriza especialmente o seu discurso, além da crítica à sociedade de consumo e à violência estatal, a ênfase na ruptura com o centralismo, a burocracia e a estrutura hierárquica das organizações da esquerda identificada como tradicional, leia-se, leninista. Nesse sentido, a exaltação à ação direta e à desobediência civil resgata, com particularidades, o debate de longa tradição entre libertários e marxistas. Com efeito, esse debate é atualizado. Enquanto a ação direta dos clássicos do anarquismo estava em boa medida pautada na atuação dos sindicatos operários e ancorada no conflito de classes, a ação direta dos blocos autônomos contemporâneos é marcada por forte dramatização, visando o olhar da opinião pública, sem atentar para uma mobilização direta dos trabalhadores. Assim, mesmo que seus rostos estejam encobertos, a prática só tem sentido se televisionada e amplamente difundida pelas redes sociais.

De acordo com François Depuis-Déri, os Black Blocs não são um movimento, mas uma tática pautada numa violência performática, e esta, diz o autor, envia uma mensagem: ao quebrar as vitrines, os ativistas atingem a imagem inquebrantável do capitalismo. Deste modo, prossegue Depuis-Déri, o objetivo principal dos blocos negros não é promover a violência em si, mas dar visibilidade à sua crítica e, se preciso, defender a integridade física dos manifestantes.

A legitimidade da ação está, para os ativistas, na sua concepção de propriedade privada, tida como uma das maiores violências contra o indivíduo. A cumplicidade entre Estado, propriedade e violência é, como na tradição anarquista, ressaltada; sendo que ao enfatizar os aspectos coercitivos do Estado, os blackblokers tende a esvaziar de significado os espaços de negociação e as esferas de representação. Esse esvaziamento, no entanto, não pode ser compreendido como uma atitude deliberada dos adeptos desta prática. Michel Wieviorka alerta para a mudança do caráter das diversas formas de manifestação de violência e a sua relação com os novos compromissos sociais firmados com o neoliberalismo. Por certo, essa mudança pode ser sentida ao longo do processo de recuo dos Estados de bem-estar e desmanche dos blocos socialistas, processo que, lembremos, a Alemanha vivenciou intensamente com a queda do Muro de Berlim, nos escombros dos quais emergiram os blackblokers.

A privatização das indústrias e dos serviços alteraram a posição dos agentes consolidada nos compromissos anteriores. Canais de diálogo relativamente instituídos foram fechados ou destituídos de poder decisório, de pressão ou negociação, com consequente marginalização e criminalização de grupos sociais e ações coletivas. Desde 2001, por exemplo, manifestantes altermundialistas podem ser enquadrados num artigo sobre terrorismo. Membros dos Black Blocs foram presos e indiciados pela Polícia Civil com base no artigo 288 do Código Penal,

por associação a organizações criminosas. É preciso destacar que a criminalização das organizações e movimentos, bem como a brutalidade policial cresce sempre de maneira seletiva. E a declaração de Boulos é, nesse sentido, um indicativo: “O MTST tem feito ocupações enormes em Brasília, mobilizado muita gente (...). Há uma atuação intensa (...) marcada por (...) ameaças de prisão, prisão, tentativa de homicídio de dirigentes...”

De acordo com Depuis-Déri, duas são as principais acusações endereçadas aos Black Blocs. À esquerda, a prática seria dotada de uma radicalidade estéril, ou seja, carente de proposições alternativas ao capitalismo. À direita, o recurso à violência ou à força física deslegitima a ação, negando a política – esta como sendo a esfera do diálogo, da resolução das diferenças e dos conflitos pelo princípio da maioria ou pelo consenso.

Para Depuis-Déri, as críticas não procedem. Contra a primeira advertência o autor alega: “O Black Bloc não é um tratado de filosofia política, muito menos uma estratégia. É uma tática. Uma tática não envolve relações de poder globais, nem tomadas de poder, tampouco tenta se livrar do poder e da dominação. Uma tática não envolve uma revolução global”. Essa constatação nos faz inquerir sobre o significado de uma tática sem estratégia e sem perspectivas futuras. Marta Harnecker (1985), retomando Lênin no esclarecimento da relação dialética entre tática e estratégia, afirma:

“Para ganhar uma guerra não basta a vontade, é necessário planejamento. Se chama estratégia a forma como se planejam, organizam e orientam os diversos combates para conseguir o objetivo fixado. Se chama tática as distintas operações que se executam concretamente para levar a cabo os combates de acordo com o plano estratégico geral (…). A relação entre o objetivo estratégico parcial e final e entre a estratégia e tática é uma relação entre o todo e a parte”.

Contra a segunda advertência, Depuis-Déri recoloca a disputa em torno do termo
política, até aqui monopolizado pela perspectiva liberal, segundo a qual a política estaria fundada sobre uma deliberação esclarecida (racional e razoável). Essa delimitação impede o reconhecimento da ação direta como capaz de influenciar o debate público, inserindo nele novas pautas e sujeitos. Assim, também o mito da irracionalidade da ação violenta reforça a incompatibilidade desta com o processo de deliberação, o que tem sido refutado por diversos estudos sociológicos, para os quais recurso à força é, muitas vezes, um meio eficaz de reconhecimento da causa de um movimento.

A análise da relação entre piquetes e Black Blocs como formas de ação direta exige, além de uma precisão conceitual, a inserção dessas práticas em seu contexto. Não há identificação abstrata imediata. Os bloqueios de rua realizados pelos piqueteros envolveram diretamente os desempregados numa luta política ampla, durante a qual os militantes reconstruíam suas identidades e formas de atuação. Enquanto no passado os piquetes foram um recurso a mais num leque amplo de táticas, recentemente eles assumiram um papel estratégico, forçando a atenção do Estado face às reivindicações dos desempregados. Muito diferente é o bloqueio e o uso das ruas realizado pelos blackblokers. Aqui a imediaticidade da atuação não está apenas na ausência de canais institucionais formais entre os agentes e o Estado, mas na instantaneidade em que a prática surge – de forma extremamente dramatizada e radical – e desaparece; sendo o descolamento da tática em relação à estratégia o sinal mais claro disso.

Bibliografía

ARTESE, M. Las acciones colectivas de protesta y el conflicto social en la Argentina de 1990. Sociohistórica, 2011.

BENCLOWICZ, J. Estado de Malestar y Tradiciones de Lucha. Argentina: Biblos, 2013. BOULOS, G. “A nossa cor é a cor vermelha”. Portal Fórum, 23/06/2014

DUPUIS-DÉRI, F. Black Blocs. São Paulo: Veneta, 2014.

HARNECKER, M. Estrategia y Táctica. Argentina: Editorial Antarca, 1985

MANZANO, V. “Piquetes” y acción estatal en Argentina: un análisis etnográfico de la configuración de procesos políticos. In: GRIMBERG, M. Estado y movimientos sociales. Antropofagia, 2009.

MONATTE, P. Em defesa do sindicalismo. In: WOODCOK, W (org.), Os grandes escritos anarquistas. São Paulo: LP&M, 1998.

PALOMINO, Héctor; et al. A política e o político nos movimentos sociais na Argentina. In: DAGNINO, Evelina; OLIVERA, Alberto J.; PANFICHI, Aldo. A disputa pela construção democrática na América Latina. São Paulo: Paz e Terra, 2006. p. 309 – 342.

REBÓN, J. Acción directa. S/data. Disponível em: http://www.cecies.org/articulo.asp?id=147 Acesso em:04/03/2015

REBÓN, J.; ANTÓN, G. Formas de lucha y construcción de ciudadanía: la acción directa en la Argentina reciente. In: BANDA, L. Voces y letras insumisas. Argentina: Insumisos, 2007.

WIEVIORKA, M. Le nouveau paradigme de la violence (Partie 2). Cultures & Conflits,

16/03/2006

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

MECANISMO DE AUTO-DEFESA REVOLUCIONÁRIA * OCRP.BR

MECANISMO DE AUTO-DEFESA REVOLUCIONÁRIA














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Ukrainian protesters hurl Molotov cocktails and stones at police
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COQUETEL MOLOTOV.PERU 2023

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Sobre o partido do proletariado * CIPOML

Sobre o partido do proletariado
25 de janeiro de 2019

O Partido Comunista é uma necessidade histórica.

O marxismo-leninismo afirma expressamente a necessidade do partido comunista como organizador e líder da luta revolucionária da classe trabalhadora pelo socialismo; A experiência histórica e as grandes batalhas travadas pelo proletariado confirmam a validade desta tese.

A luta da classe trabalhadora pela emancipação vem de longa data. Desde o século XIX, a luta sindical dos trabalhadores na Europa ultrapassou o quadro de reivindicações e adquiriu feições e direção política, qualificou-se a ponto de considerar a luta pelo poder e o entendimento de ser protagonista e líder da revolução social .

Esses eventos foram resultado de um processo que enfrentou a luta por objetivos imediatos, pela redução da jornada de trabalho, por estabilidade e melhores salários, contra a exploração e opressão dos patrões, por direitos trabalhistas e reformas sociais e, simultaneamente, pela emergência do marxismo e sua unificação com o movimento operário; Constituíram intensas batalhas em que se desenvolveram os elementos ideológicos e políticos da organização sindical, desde a unidade dos trabalhadores em níveis inferiores à dimensão nacional e posteriormente à escala internacional, à assimilação e prática do internacionalismo; Foi o confronto ideológico e político, o debate impiedoso entre as posições do socialismo científico e as teses e propostas anarquistas, entre o marxismo e as posições oportunistas. O próprio desenvolvimento do movimento operário, suas lutas e perspectivas contribuíram para a estruturação dos princípios do socialismo científico, do marxismo.

As revoluções que triunfaram no século XX foram possíveis devido à existência de um partido político independente do proletariado, de um partido equipado e orientado pelo marxismo-leninismo, de um partido que tem capacidade para construir um programa e elaborar propostas, linhas de ação e palavras de ordem que representem genuinamente os interesses imediatos e estratégicos da classe trabalhadora, que tenha vontade e sagacidade para enfrentar as condições mutáveis ​​em que se desenvolve o processo revolucionário, de um partido intimamente ligado à classe trabalhadora e a todas as massas trabalhadoras, de um partido fortemente disciplinado, com uma direção única e uma vontade de ação única, que tem uma liderança central, capaz e determinada,de um partido experiente e corajoso que sabe enfrentar o inimigo de classe em todas as circunstâncias.

A Revolução de Outubro é a primeira e maior experiência dos trabalhadores, soube desenvolver-se e triunfar em condições complexas e duras, precisamente devido à existência do Partido Bolchevique, ao trabalho teórico e prático de Lênin e Stálin, à luta heróico de milhões de camponeses e soldados; Contando com a orientação do Partido, conseguiu estabelecer a ditadura do proletariado e iniciar e desenvolver em níveis significativos a construção de um novo mundo, o socialismo.

A Revolução Albanesa foi possível graças à existência do Partido Comunista, que se colocou à frente das aspirações de liberdade e democracia da classe trabalhadora e do povo; e liderou a luta contra os ocupantes nazistas e italianos e as classes reacionárias; Ele a conduziu à vitória e a guiou no caminho da construção do socialismo.

As outras revoluções ocorridas no século XX são também expressão da existência e luta dos trabalhadores e do povo liderado pelo partido comunista.

Vários processos revolucionários que ocorreram não conseguiram alcançar a vitória, principalmente devido às fragilidades do partido comunista.

A luta de libertação nacional que se desenvolveu em um grande número de países coloniais e dependentes e alcançou a vitória não pôde evoluir para a independência total e muito menos para o socialismo porque o partido da classe trabalhadora não existia ou era pequeno e fraco e não tinha capacidade para conduzir esses processos.

O partido revolucionário da classe trabalhadora adere e é guiado pelos princípios revolucionários do marxismo-leninismo.

O partido comunista é o partido político independente da classe trabalhadora, representa seus interesses imediatos e estratégicos, é sua vanguarda consciente; Sendo seus objetivos finais a abolição de todas as formas de desigualdade social, a eliminação das classes sociais e do Estado, o partido comunista luta pela emancipação de toda a humanidade.

A doutrina da classe operária é o marxismo-leninismo, o partido político da classe operária o assume como sua ideologia e política, como sua concepção filosófica, como seu programa econômico e social.

O marxismo-leninismo surgiu como resultado da filosofia materialista dialética, economia política e materialismo histórico, e análise científica da natureza do capitalismo e suas leis de desenvolvimento, determinação da missão histórica da classe trabalhadora e teoria da abstração da luta e organização desta classe.

Seus criadores estavam imersos na organização e luta dos trabalhadores, nas fileiras da Sociedade Internacional dos Trabalhadores, eram lutadores e dirigentes sindicais, organizadores do partido comunista. Eles elaboraram a ciência da revolução; Esta ciência foi e é comprovada na prática social, na luta da classe trabalhadora em cada país e à escala internacional, na vitória da revolução de Outubro e das outras revoluções socialista e de libertação nacional. É o pensamento revolucionário, a mais avançada doutrina política elaborada pela humanidade ao longo de sua extensa caminhada histórica; seus princípios revolucionários têm validade universal, são válidos em todos os países; sua aplicação obviamente leva em consideração a situação concreta. O Marxismo-Leninismo é uma doutrina viva, em desenvolvimento; cada uma das revoluções vitoriosas contribuiu para o seu desenvolvimento; os vários combates da classe trabalhadora e o trabalho dos comunistas em todos os países são uma contribuição para esse progresso.

O marxismo-leninismo não é um dogma, é um guia de ação, é uma filosofia para interpretar o mundo e, fundamentalmente, para transformá-lo.

Os partidos comunistas e operários surgiram sob a orientação do marxismo-leninismo, numa luta aberta pela sua validade e desenvolvimento, em oposição às posições oportunistas e conciliadoras que sempre os perseguiram; Eles têm lutado com suas diretrizes, estão se esforçando para aplicá-lo com iniciativa e audácia nas situações concretas dos países, nas dinâmicas sociais e políticas, nas mudanças das circunstâncias que ocorrem em nível nacional e internacional, para defender esta ideologia científica; Eles persistirão nos princípios do marxismo-leninismo, na luta social e política para levar a revolução até o fim.

O objetivo central do partido é a conquista do poder pela classe trabalhadora.

Políticas, propostas programáticas, plataformas e slogans se inscrevem nessa direção. A luta pelo poder é travada todos os dias, no terreno concreto da sociedade, no calor da luta de classes.

A luta de classes desenvolve-se independentemente da vontade do povo, dos partidos políticos; expressa-se no confronto entre os trabalhadores e os patrões, entre as classes trabalhadoras e a burguesia, entre os povos e o imperialismo; Em certas condições, a luta de classes torna-se aguda, de grande magnitude, envolve a classe trabalhadora, os demais trabalhadores, os povos, os de cima, e pode levar a uma crise política; em outras ocasiões esse confronto é de menor intensidade, desenvolve-se em combates sociais isolados e dispersos; mesmo, em certos momentos, parece que as coisas estão calmas, que há paz social; Em todo caso, a luta de classes não desaparece, ela tem diferentes conotações, formas e níveis.

Essencialmente, a luta de classes é apresentada como uma luta econômica, uma luta política e uma luta ideológica. São manifestações que não ocorrem de forma compartimentada, não podem ser separadas artificialmente.

A luta econômica – O papel do partido do proletariado se expressa oportunamente ao dirigir a organização e o combate da classe trabalhadora, dos povos e da juventude na luta por reivindicações imediatas, aproveitando-as como alavanca para desvendar as causas reais da situação das massas trabalhadoras, para identificar os inimigos imediatos, bem como os detentores do poder, para educá-los politicamente e apontar o rumo do poder.

A luta política. – Os comunistas envolvem-se intencionalmente na luta pelo poder que se trava diariamente na sociedade, tomam partido pela causa dos trabalhadores, dos pobres, dos explorados e oprimidos, confrontam-na com a institucionalidade, contra as leis antitrabalhadoras, em oposição ao autoritarismo e à repressão, contra abusos de juízes, policiais e forças armadas. Concomitantemente com a rejeição das políticas dos capitalistas, eles propõem propostas programáticas, proclamações, caminhos, palavras de ordem que lhes permitem promover a política da classe trabalhadora, possuí-la entre os trabalhadores, entre os povos e a juventude, mas também em toda a sociedade. .

Essencialmente esta é a política revolucionária do partido do proletariado, expressa-se todos os dias, em todas as circunstâncias e lugares. Obviamente, na sociedade capitalista, em determinados momentos, intensifica-se a luta política pelo poder, o confronto para acertar posições entre os diferentes segmentos das classes dominantes; Em geral, esses momentos são resolvidos por meio das eleições da democracia representativa. Como consequência do agravamento das contradições entre explorados e exploradores, entre oprimidos e opressores, entre os vários grupos das classes dominantes, surgem as crises políticas. Esses eventos envolvem toda a sociedade, todas as classes sociais, setores de classe; objetivamente, ninguém está fora deles.

Em todos estes acontecimentos, os partidos marxistas-leninistas têm participado com voz própria, a partir dos interesses da classe trabalhadora e dos povos, a partir das posições dos povos e das nações oprimidas.

Os partidos comunistas são claros sobre a necessidade de educar politicamente as massas trabalhadoras, de demonstrar o caráter de classe do governo no poder, de apontar a missão histórica da classe trabalhadora, a responsabilidade de liderar a luta de todos os trabalhadores e povos, a perspectiva da revolução e do socialismo, a necessidade e a possibilidade da conquista do poder popular.

Essas responsabilidades são assumidas pelos partidos da classe trabalhadora com determinação e audácia.

A luta ideológica. – Na sociedade capitalista existem razões objetivas para a luta ideológica que se desenvolve independentemente da vontade do povo, expressa o confronto dos interesses das classes sociais antagônicas, a classe trabalhadora e a burguesia; se trava entre os objetivos dos capitalistas de preservar, proteger, defender e aumentar suas mordomias e privilégios e, entre os propósitos dos trabalhadores de defender seus interesses, conquistar seus direitos, pela decisão de mudar a ordem estabelecida, derrubar patrões e estabeleceram-se como classes dominantes.

A classe capitalista, como as classes dominantes do passado, subiu ao poder e trabalha diariamente para mantê-lo e perpetuá-lo. O poder da burguesia repousa na força, no papel da polícia e das forças armadas, defende-se com coerção e violência reacionária. Porém, para sustentar e desenvolver o poder, de forma essencial, a classe dos capitalistas trabalha pela legitimação de sua dominação.

A burguesia justificou sua ascensão, o uso da violência e do terror com o hasteamento das bandeiras da "liberdade, igualdade e fraternidade", proclamando a liberdade dos servos, a emancipação dos escravos; avançaram na elaboração de legislação que proclamasse a igualdade perante a lei, a lei do sufrágio universal, a alternância no exercício do governo, a existência e validade do parlamento, a democracia representativa. Na fase do imperialismo, declara-se guardião da paz, da liberdade e da democracia, e proclama a sua vontade de intervir em qualquer país onde estes princípios sejam violados. De acordo com esses pressupostos e todos os avanços que se evidenciam em relação aos tempos e acontecimentos, o mundo está alcançando os mais altos patamares de desenvolvimento, democracia e paz graças à liberdade individual, à concorrência e ao livre comércio; Os trabalhadores fazem parte desta sociedade, estão envolvidos nesta democracia, devem ser os protagonistas do desenvolvimento incessante e beneficiários do que lhes corresponde, o salário para sobreviver e se reproduzir.

Com o advento do capitalismo, surgiu a classe trabalhadora industrial, o proletariado que gera a criação de riquezas, a transformação dos recursos naturais em mercadoria, em bens materiais que possibilitam a vida e seu incessante desenvolvimento. A riqueza produzida pelos trabalhadores é expropriada pelos donos da propriedade privada dos meios de produção, pela classe capitalista, transformando-os em escravos assalariados.

Esta situação coloca as principais classes da sociedade capitalista em pólos opostos: a classe trabalhadora e a burguesia.

La burguesía erigió, cuando derrocó al feudalismo, un mundo nuevo, revolucionario, le dio un gran impulso a la ciencia, a la técnica ya la tecnología, revolucionó de manera permanente los instrumentos de producción generando grandes volúmenes de riqueza y así mismo una gran concentración da mesma. Esse novo mundo foi construído sobre as bases da exploração do trabalho assalariado de bilhões de seres humanos, sobre a opressão social e política, sobre a pilhagem dos recursos naturais de todos os países; foi falho desde o início das razões de seu envelhecimento e desaparecimento. Esse novo mundo é agora um mundo velho, podre e decadente.

Erguendo-se sobre a exploração e opressão de milhões de seres, tornou-se um gigante de bases frágeis e vulneráveis; Ao crescer, transformou os ex-servos em trabalhadores "livres", multiplicou-os numericamente e expandiu-os a todos os confins da terra, colocou-os em relação direta com os avanços da ciência e da tecnologia, qualificou-os como sujeitos sociais que iam adquirindo a consciência de seu papel de se tornarem agentes funerários do mundo do capital, em forjadores de um mundo novo, a sociedade dos trabalhadores, o socialismo.

A burguesia e o proletariado são os opostos da sociedade capitalista; Eles estão em uma luta permanente para ter o papel dominante. Por enquanto, os capitalistas estão no poder, mas os trabalhadores estão lutando para derrubá-los, para derrubá-los e se tornar a nova classe dominante; Essa disputa continuará até que finalmente o proletariado vença definitivamente e crie as condições materiais e espirituais para a eliminação das classes sociais, incluindo seu próprio desaparecimento como classe, para o advento do comunismo.

A luta ideológica entre o proletariado e a burguesia atravessa todas as circunstâncias, está presente nos vários momentos da luta de classes: expressa-se na luta do novo revolucionário contra o velho reacionário e obsoleto; entre a tradição revolucionária e as novas propostas da burguesia, o pós-modernismo e as teses que negam o materialismo histórico, a existência de classes sociais, o papel do proletariado; entre “liberdade individual”, personalismo e egoísmo face aos interesses colectivos e à solidariedade; entre a democracia burguesa que justifica a opressão das massas trabalhadoras e a repressão dos sindicalistas e revolucionários, e a democracia proletária, o direito de falar, decidir e realizar as grandes conquistas em benefício das grandes maiorias, à democracia direta, à democracia das massas; entre a democracia representativa e a democracia revolucionária que assumirá as grandes conquistas do socialismo.

O partido comunista é o porta-estandarte consistente dos grandes ideais do proletariado, participa resolutamente nesta disputa ideológica, exaltando os princípios da revolução e do socialismo, do poder popular e da ditadura do proletariado.

A luta pelo poder. – De todas as expressões da luta de classes, a luta política é a principal, é a que leva à conquista do poder, a que permite todas as conquistas que os trabalhadores e os povos precisam e querem materializar e cristalizar a partir dele, seu lucro.

O partido comunista dirige a luta política, desenvolve cotidianamente a luta econômica, envolve-se na luta ideológica, dirige a maior parte de suas atividades para a luta pela conquista do poder, trabalha para incorporar os trabalhadores e camponeses, o partido progressista intelectuais, aos povos e nações oprimidas; trabalha incessantemente para construir a frente popular, a frente única revolucionária, para isolar o inimigo de classe, a grande burguesia e o imperialismo, para acumular poderosas forças revolucionárias que aproximem as batalhas finais para derrubar os capitalistas nacionais e estrangeiros do poder, para implantar potência; levanta as bandeiras da emancipação: a bandeira vermelha dos trabalhadores, da revolução e do socialismo,

Em oposição à ditadura burguesa, os comunistas lutam pela ditadura do proletariado

A sociedade dividida em classes constituiu desde seus primórdios o Estado como expressão da institucionalidade, como instrumento de exercício do poder, para subordinar e explorar as classes trabalhadoras e setores sociais.

O Estado capitalista não escapa a estas concepções, é o instrumento da classe capitalista e do imperialismo para o exercício do poder económico, para a salvaguarda, preservação e desenvolvimento dos seus interesses; está organizado para a subordinação da classe trabalhadora e das demais classes trabalhadoras; torna-se a garantia para a perpetuação de sua dominação. O Estado burguês, independente de sua forma, independente do nível de conquistas sociais e políticas alcançadas pelos trabalhadores e pelos povos, apesar das declarações formais, dogmas constitucionais e leis vigentes, é uma expressão da dominação dos patrões, da ditadura da classe capitalista que proclama liberdade e democracia para os poderosos e institucionaliza a exploração,

Democracia representativa, ditadura militar, fascismo, governos autoritários ou regimes reformistas constituem formas de ditadura da burguesia, expressões da supremacia dos privilégios para poucos e da exploração, pobreza e opressão para a grande maioria.

A classe trabalhadora e seu partido não devem se apoderar do Estado burguês e com seu conteúdo e propósitos realizar suas conquistas de classe; eles devem destruir a máquina estatal erguida pelos exploradores e sobre seus fundamentos, erigir a Ditadura do Proletariado, o Poder Popular, o Estado Operário que assumirá várias formas, dependendo das circunstâncias históricas específicas.

A ditadura do proletariado será sempre a expressão da mais ampla democracia para os trabalhadores e da ditadura para os capitalistas e outros reacionários.

A experiência histórica é demonstrativa de várias expressões da ditadura do proletariado, e no futuro os trabalhadores e os povos encontrarão sem dúvida as formas mais válidas de exercer o poder do proletariado e das demais classes trabalhadoras sobre os ex-exploradores, sobre as expressões do capital no país e defender-se da ameaça de reação e contrarrevolução em nível nacional e internacional.

As forças motrizes da revolução

O partido revolucionário do proletariado pode e deve cumprir a missão histórica de organizar e fazer a revolução na medida em que forja e alimenta permanentemente os seus vínculos com as massas trabalhadoras, os povos e a juventude; desde que assuma, de fato, a organização e direção da classe trabalhadora e trabalhe por sua direção e direção no grupo das classes trabalhadoras e da juventude.

A vinculação do partido com as massas busca que as propostas programáticas, as políticas e as palavras de ordem revolucionárias sejam apreendidas e aceitas pelos setores avançados da classe trabalhadora, demais classes trabalhadoras, jovens e mulheres. A grande maioria das massas estará convencida da necessidade e justiça da revolução com as conquistas do socialismo, questão que só pode ser feita a partir do poder.

A classe trabalhadora, as demais classes trabalhadoras, as mulheres e os jovens podem e devem envolver-se nas atividades revolucionárias, em seus setores avançados, através da promoção das teses e do programa do partido, através da capacidade do partido de convencê-los da necessidade, justiça e viabilidade da revolução; Eles vão se afirmar nessas ideias em meio à prática social, em mobilizações e greves, em grilhões e revoltas.

Outros membros das massas se juntarão ao curso da luta, somarão seu contingente, convencidos da correção e da força das forças revolucionárias. E boa parte das massas será conquistada pelas próprias conquistas da revolução.

Isso significa que o partido do proletariado deve persistir em seu trabalho de conquistar as massas para a luta revolucionária, deve estar atento aos setores avançados da classe trabalhadora, aos povos, à juventude e às mulheres.

Toda a classe trabalhadora deve merecer a atenção da propaganda e agitação do partido comunista, mas é evidente que o trabalho deve ser direcionado aos setores que atuam nas áreas estratégicas da economia, nos grandes complexos industriais, entre o público operário. O Partido deve analisar, nas condições concretas, a quais segmentos da classe trabalhadora deve dedicar a maior atenção e atividade.

É essencial que o trabalho do partido para organizar e conquistar a classe trabalhadora para a revolução e o socialismo tenha em mente a necessidade de se envolver diretamente na luta sindical e de classes, de educar politicamente a classe trabalhadora e, acima de tudo, para enraizar sua organização, a construção de células empresariais com os trabalhadores de destaque na luta sindical e política. Na medida em que o Partido se organizar dentro das fábricas e empresas, nas minas e nos meios de transporte, estará garantido o objetivo de a classe trabalhadora assumir o papel de classe dirigente da revolução e classe dirigente da revolução. .sociedade.

Na grande maioria dos países dependentes da dominação imperialista, principalmente naqueles onde sobrevivem expressões de modos de produção pré-capitalistas, onde o desenvolvimento das forças produtivas é lento, deformado pela divisão internacional do trabalho imposta pelos monopólios e nos países imperialistas , o campesinato e dentro dele, uma boa parte dos camponeses pobres e médios são passíveis de serem incorporados ao processo revolucionário, portanto devem merecer a atenção do partido do proletariado, junto com eles deve ser forjada a aliança operário-camponesa como a base fundamental da frente única revolucionária.

Entre os servidores públicos, os professores são incorporados, em um bom número de países, na luta por seus direitos e nesse enfrentamento enfrentam o governo burguês, a classe capitalista; podem e devem ser dirigidos pelas posições revolucionárias, pelo partido da classe trabalhadora e projetados na luta pelo poder, pela revolução e pelo socialismo.

Metade da população, dos membros das classes trabalhadoras são mulheres, sofrem de forma multiplicada com a opressão e explosão capitalista, são vítimas das idéias retrógradas e reacionárias incubadas pelo feudalismo; Estão assumindo a luta pelos seus direitos e pela libertação social de diversas formas. O partido do proletariado deve aderir ativamente a esses desejos, mobilizações e lutas; trabalhar pela organização das mulheres trabalhadoras, por sua educação política, por incorporá-las na organização e na luta revolucionária pelo socialismo

A juventude proveniente das classes trabalhadoras, aqueles setores que se incorporam ao trabalho assalariado nas empresas, as camadas juvenis do campesinato constituem um setor social dinâmico, que pode abraçar mais rapidamente os ideais da revolução e do socialismo. O partido do proletariado deve assumir a responsabilidade de disputar a organização e liderar a luta da juventude estudantil secundária e universitária; Esses setores da sociedade desempenharam e desempenham um papel importante na sociedade, sua capacidade de mobilização pode ser integrada ao processo revolucionário, boa parte deles são protagonistas de combates intermitentes, entre suas fileiras há combatentes determinados e ousados ​​que podem ser e eles devem se juntar à militância comunista.

Nos países dependentes, desenvolve-se um movimento patriótico e anti-imperialista que envolve os trabalhadores, a juventude, segmentos radicalizados da pequena burguesia, setores democráticos da burguesia, povos e nações oprimidas. A burguesia e a pequena burguesia estão trabalhando para liderar e conduzir este movimento com propostas nacionalistas; o partido do proletariado deve contestá-la com propostas e ações revolucionárias. Só o partido comunista pode conduzir este processo de libertação nacional e social.

O partido do proletariado deve concentrar suas forças para conquistar as massas, para se afirmar e crescer, mas é preciso avançar um pouco mais, especificar dentro desses atores, quem pode avançar mais rápido, quem pode e deve com suas próprias as ações geram referências sociais e políticas e, em momentos especiais, desempenham um papel determinante no curso da revolução. Localizá-los, trabalhar de forma sustentada para torná-los conscientes da política do partido, contribuir para a sua organização social e sindical, construir o Partido e as suas forças com os seus membros mais destacados, permitir-lhes-á acumular forças revolucionárias, construir o movimento revolucionário do massas.

O papel de vanguarda do partido comunista

O Partido deve se reconhecer como vanguarda, deve sê-lo na prática. Esta não é uma questão simples, muito menos um atributo que vem por decreto. O Partido é vanguarda porque representa, na teoria e na prática, os interesses genuínos da classe trabalhadora e esta é a classe social capaz de liderar as demais classes trabalhadoras em sua luta pela emancipação do capitalismo. O papel de vanguarda é conquistado porque possui razão histórica e uma Linha Política revolucionária, mas, sobretudo, porque dedica seu pensamento e atividade à luta revolucionária, ao trabalho perseverante de organizar os trabalhadores, unindo-os, educando-os politicamente e lidere-os em pequenas e grandes batalhas por suas demandas imediatas e por sua libertação. Nestas circunstâncias, o partido é o líder,

O Partido deve divulgar suas propostas: o que é e o que propõe para hoje e para amanhã, para a nova sociedade. Se os setores avançados das massas trabalhadoras e da juventude estiverem cientes da política do partido, se estiverem convencidos de sua justiça, oportunidade e viabilidade, poderão entendê-la, apropriar-se dela e decidir lutar por sua aplicação e tornou-se, de fato, uma grande alavanca para o trabalho do partido entre as massas como um todo. Se você trabalha para difundir a estratégia revolucionária, a necessidade e probabilidade de conquistar o poder, o papel da violência revolucionária nesse propósito, o socialismo, sua natureza e suas conquistas, os trabalhadores, os povos e os jovens se tornarão protagonistas da luta pela mudança , pela revolução, pelo poder popular e pelo socialismo.

Para cumprir estes propósitos, o Partido deve melhorar constantemente o seu trabalho de propaganda, tendo presente que a principal atividade, neste campo, é a ação direta dos militantes entre as massas. Adicionalmente, as forças sociais, os sindicatos e outras organizações de massas dirigidas pelos comunistas, devem desenvolver a sua própria actividade de propaganda, dirigida às massas dos seus sectores específicos, mas também ao conjunto da sociedade. A forma mais eficaz e eficiente de propagar as idéias e propostas revolucionárias é a ação do partido e suas forças, a importância que podem ter para a sociedade as ações de luta nas quais os revolucionários proletários estão envolvidos; por isso é necessário, indispensável, mostrar a cara, evidenciar o protagonismo do partido.

Revolucionários, camaradas e companheiros devem conquistar a confiança das massas, assumir responsavelmente a liderança da luta em seus diferentes níveis e circunstâncias. A própria luta destaca as pessoas "especiais", aquelas que têm condições básicas para assumir gradativamente o papel de "dirigentes". Os comunistas e demais revolucionários devem assumir plenamente que o seu papel se expressa na capacidade de unir, unir, organizar e liderar as massas nos seus combates quotidianos. Esta atividade é o ensaio das grandes batalhas revolucionárias que vão acontecer e nas quais cada militante deve cumprir o seu papel.

A liderança pessoal dos dirigentes comunistas junto às massas e seu combate não vem por decreto, porque são militantes comunistas e das forças sociais envolvidas na revolução. Não. Essa liderança é conquistada.Para alcançá-lo, é preciso querer fazer e começar a fazer. Os revolucionários marxistas-leninistas conseguem ver além das circunstâncias imediatas, eles veem as causas, as contradições e as perspectivas. Estas condições permitem-lhes explicar, persuadir e convencer as massas da justeza das propostas, permitem-lhes apontar caminhos e rumos, identificar os alvos da luta e preparar as forças para o combate; permitem que os vários setores sociais onde os comunistas atuam aceitem a política do partido, tenham confiança no trabalho, capacidade e coragem de cada um dos militantes e, se preparem para lutar por ela (a política do partido), sob sua Liderança.

Desta forma, nós, comunistas, conquistamos o honroso título de dirigentes populares, o que significa, principalmente, a assunção de novas responsabilidades que devem ser cumpridas de forma ascendente, em espiral, rumo a novas e maiores tarefas.

Os dirigentes sindicais e sindicais, do campesinato, da juventude e das mulheres, das cidades devem afirmar-se no seu meio social, desenvolver incessantemente as suas convicções ideológicas e políticas, o seu nível cultural. Se ganharem experiência e prestígio como dirigentes de seu setor social, terão maiores chances de se projetarem na atividade política, na ação revolucionária. De sua condição de dirigentes locais devem se projetar a magnitudes gerais e nacionais, de dirigentes sociais devem avançar ao patamar de dirigentes revolucionários. Nesta área, os partidos marxistas-leninistas têm experiências significativas que precisam ser generalizadas.

Em defesa do marxismo-leninismo, em confronto com a reação e o oportunismo

O partido da classe trabalhadora participa ativamente da luta de ideias que acontece todos os dias e nas mais diversas circunstâncias.

A burguesia, através de seus ideólogos, busca legitimar sua dominação perante toda a sociedade, utilizando os mais diversos meios, religiões, escolas, academia, instituições burguesas, coerção e engano, a mídia.

O desenvolvimento das forças produtivas, dos instrumentos de produção, os avanços da ciência e da tecnologia, as inovações e as invenções que são geradas como consequência da acumulação e apropriação da riqueza gerada pelos trabalhadores são usados ​​pela reação para exaltar capitalismo, para expô-lo como expressão máxima do desenvolvimento histórico, como benéfico para toda a humanidade, para o progresso dos países.

Exploram novas ideias e propostas, novas meta-narrativas, a revisão e interpretação da história para erigir um "novo" pensamento filosófico que lhes permita (os capitalistas) aparecerem como porta-estandartes das novas correntes filosóficas, do pós-modernismo que se exibe como a síntese do desenvolvimento histórico-social.

Eles usam até mesmo as conquistas e direitos trabalhistas, os espaços democráticos conquistados pelos trabalhadores para pregar que eles são possíveis e podem avançar com a permissão da burguesia, devido à natureza democrática do capitalismo.

Simultaneamente orquestram uma profusa campanha de mentiras e mentiras contra a revolução e o socialismo, demonizam o partido comunista. Aproveitam a derrocada do revisionismo contemporâneo, da dissolução da ex-URSS para proclamar o fracasso e o sepultamento do socialismo, para declarar a extinção das ideologias e da luta de classes. Denunciam a revolução e o socialismo como inúteis, como sacrifícios inúteis pagos pelos trabalhadores e pelos povos para nada obter, para acabar novamente no capitalismo.

Principalmente, os dardos venenosos são direcionados à existência e ao papel do partido comunista, ao papel da classe trabalhadora que, supostamente, sem a revolução, conseguiu benefícios transcendentais que podem crescer à medida que o capitalismo se desenvolve.

A social-democracia tornou-se um aríete para atacar a revolução e o socialismo, para atacar a URSS e o campo socialista, para se apresentar às massas trabalhadoras como alternativa à revolução. O "socialismo democrático" foi apenas uma face da ditadura da burguesia, do capitalismo.

Até agora, no novo milênio, apareceu o chamado “socialismo do século XXI”, particularmente na América Latina, que, sustentando a longa luta dos trabalhadores, povos e jovens contra as políticas neoliberais, se estabeleceu como alternativa ao socialismo científico, à experiência histórica dos processos revolucionários que a classe trabalhadora e os povos levaram a cabo no século XX.

As várias expressões do oportunismo fazem coro a estas mentiras da classe capitalista: eles alinham seus ataques contra o marxismo-leninismo, eles o declaram obsoleto; pregam a necessidade de buscar e elaborar novas propostas para a emancipação dos trabalhadores, acusam o partido comunista de se aproveitar da luta sindical e dos combates revolucionários; demonizam o centralismo democrático como expressão do autoritarismo, como anulação das iniciativas dos revolucionários proletários.

Nesta obra destacam-se as várias expressões do revisionismo contemporâneo, os krushovistas que renunciaram ao comunismo a pretexto da mudança dos tempos, da superação do marxismo-leninismo, abjuraram e condenaram a ditadura do proletariado. Especificamente, eles dirigiram suas diatribes contra Stalin e se tornaram partidos reformistas, instrumentos do capitalismo e do imperialismo para a conciliação de classes, para o desarmamento ideológico e político da classe trabalhadora, para a destruição dos partidos comunistas que no passado desempenharam um papel revolucionário consistente papel, eles os transformaram em executores da destruição dos estados socialistas; alguns desses partidos, preservando sua essência oportunista, desenvolvem uma verborragia pseudo-revolucionária para continuar com o engano,

O trotskismo e seus seguidores sempre foram, desde sua expulsão e sua condenação pelos bolcheviques, uma ponta de lança para a reação e os patrões para direcionar seus ataques contra a revolução bolchevique, entoando as vozes dos capitalistas que a denunciavam como uma ditadura do partido, como uma manifestação da burocracia, como uma expressão do stalinismo ao qual eles culparam todos os males que foram e serão.

Nas diatribes contra o comunismo, a ditadura do proletariado e o papel de Stalin, participam uma série de grupos de revolucionários pequeno-burgueses e de intelectuais progressistas; Com base em suas concepções idealistas, condenam as grandes façanhas da classe trabalhadora, a revolução, a ditadura do proletariado, o que chamam de stalinismo.

O partido comunista não se esquiva do debate teórico e político com a burguesia e da reação, com as diversas manifestações do oportunismo. Assume resolutamente a defesa do marxismo-leninismo, da experiência histórica das revoluções do século XX, do papel do partido comunista, da vigência da ditadura do proletariado. O estudo dos processos revolucionários, seus sucessos e vitórias, é sempre levantado, bem como as razões que permitiram o triunfo das políticas do imperialismo e da reação, e a destruição da ex-URSS e outras revoluções.

Embora a principal expressão de defesa do marxismo-leninismo seja o compromisso e a prática concreta de seguir seus ensinamentos e com sua orientação reabrir os rumos da revolução e do socialismo, os revolucionários proletários devem assumir a participação no debate teórico que se apresenta. Não basta referir-se aos ensinamentos dos clássicos, é preciso intervir ativamente na discussão, nas condições concretas em que ela se apresenta, é preciso também responder aos novos desafios no campo da teoria revolucionária.

A luta ideológica galvaniza o partido proletário

O partido se constrói no grande laboratório da luta de classes, em meio ao combate teórico-político que se trava entre a classe trabalhadora e a burguesia, entre os povos e o imperialismo.

A partir das concepções e práticas revolucionárias proletárias que os comunistas assumem, afirmaram-se e desenvolveram-se os partidos e organizações marxistas-leninistas.

Apesar disso, e antes devido a essa circunstância, a luta de classes também se desenvolve dentro do partido, no campo das ideias, concepções e prática revolucionária de seus militantes.

No meio da atividade revolucionária, erros e enganos são cometidos, há dificuldades em superar os obstáculos; apoia-se o impacto da ideologia do imperialismo e da burguesia, das teses do oportunismo e do revisionismo.

Para garantir a correção dos erros e superar as dificuldades, para resolver os problemas que ocorrem entre os comunistas, existe a ferramenta da crítica e da autocrítica; para afirmar a unidade ideológica e política, para vencer e encurralar ideias e posições alheias, o partido e seus militantes são porta-estandartes da luta ideológica.

A luta ideológica é a expressão dentro do partido da luta de classes, é um enfrentamento que deve ser levado até as últimas consequências, até a afirmação das concepções proletárias. A unidade ideológica e política é alcançada e deve ser perseguida em todas as circunstâncias com o desmascaramento e erradicação de ideias estranhas, a incidência das teses da reação e do oportunismo. A conciliação no campo da luta ideológica leva a enfraquecer a natureza de classe do partido, a semear ilusões no reformismo, a minar os objetivos do comunismo.

O internacionalismo proletário corresponde à natureza de classe do partido comunista

A classe trabalhadora é uma só, participa em todos os países, de forma dirigente, do processo produtivo, boa parte dela está integrada nos grandes complexos industriais, outro setor, disperso em pequenas e médias empresas dotadas de equipamentos de última geração tecnologia; está diretamente relacionado com inovações e novas invenções, com ciência e tecnologia; é o gerador da riqueza que se acumula e concentra nos grandes monopólios, nos países imperialistas e nos grupos burgueses em todas as latitudes da terra.

A sociedade capitalista, os monopólios e os países imperialistas são os expropriadores da mais-valia gerada por bilhões de trabalhadores em todos os países; eles impõem regulamentos, leis, opressão e exploração, sistemas repressivos em todo o globo. Apesar da divisão da classe capitalista em grandes grupos monopolistas, em vários países imperialistas, em diferentes grupos econômicos em cada país, todos eles fazem uso da riqueza criada pelos trabalhadores, agem como um todo contra a classe trabalhadora e as cidades.

A classe trabalhadora é uma classe internacional, enfrenta a classe capitalista em escala global; Desde o alvorecer da sua condição de classe para si, desde os primeiros alicerces da organização sindical, teve a compreensão e a consciência do carácter da exploração capitalista, da necessidade de forjar a unidade operária, de construir a organização internacional do proletariado .

O movimento operário e sua luta constituíram o palco para o surgimento e fortalecimento dos partidos comunistas que se registraram como combatentes internacionalistas do socialismo.

O Partido Comunista sempre foi uma brigada de choque da revolução internacional do proletariado.Em sua longa história, foram registrados grandes e heróicos feitos dos comunistas que lutaram pela revolução e pelo socialismo, independentemente do país de nascimento.

O Partido Marxista-Leninista assume o internacionalismo proletário como uma concepção, como a compreensão do caráter internacional da revolução proletária, como a decisão de combater o capitalismo e o imperialismo e derrubá-los para construir o socialismo rumo ao comunismo, como a marcha unida dos trabalhadores e dos povos , comunistas e revolucionários em todos os países e em escala internacional; educa os militantes e a classe trabalhadora no espírito e na prática do internacionalismo proletário.

Os partidos Marxistas-Leninistas dos nossos dias agrupados na CIPOML ratificam a sua identidade internacionalista, condição de destacamentos da revolução socialista internacional. A origem, a vida e a luta da Conferência Internacional dos Partidos e Organizações Marxistas-Leninistas testemunham a teoria e a prática do internacionalismo proletário.

o jornal comunista

A política do partido do proletariado, as expressões gerais e específicas devem ser conhecidas pela classe trabalhadora, pelas demais classes trabalhadoras, mulheres e jovens, e devem ser divulgadas por toda a sociedade.

A atividade do partido não pode ser desenvolvida sem a propaganda de idéias revolucionárias. O socialismo não será possível se as concepções e propostas marxistas-leninistas não forem difundidas entre a classe trabalhadora e as massas.

O trabalho propagandístico deve acentuar sua direcionalidade no sentido de conquistar as amplas massas trabalhadoras para a proposta da revolução e do socialismo e, em segundo lugar, deve denunciar e condenar a sociedade burguesa, a dominação imperialista, a corrupção e a decadência capitalista. liberdade individual e livre competição; e, claro, desmascarar as posições reformistas da social-democracia, do oportunismo e do revisionismo.

A validade das orientações tácticas, a validade da proposta revolucionária, do poder popular e do socialismo, as formas de organização e os caminhos para avançar para a conquista do poder; a natureza revolucionária do partido e suas forças, sua capacidade e consistência, sua audácia e decisão; o papel e o caráter democrático dos dirigentes e chefes revolucionários, sua capacidade de dirigir os combates populares e sua capacidade de cumprir os mandatos das massas, devem ser os motivos e conteúdos da propaganda revolucionária.

A atividade de propaganda revolucionária deve ser dirigida, em primeiro lugar, à classe trabalhadora, aos setores populares integrados à base social da revolução, em segundo lugar aos setores sociais mais empobrecidos da sociedade e, em terceiro lugar, à intelectualidade progressista da classes médias da população.

A base social da revolução, essencialmente, a classe trabalhadora, trabalhadores e camponeses, moradores pobres e pequenos empresários, professores, jovens estudantes, estudantes secundários e universitários, homens e mulheres democratas e patrióticos propensos a alinhar-se com posições revolucionárias que deveriam receber permanentemente o fluxo das ideias marxistas-leninistas.

A classe trabalhadora, as demais classes trabalhadoras, as mulheres e os jovens são vítimas da ofensiva reacionária, são suscetíveis à manipulação ideológica e política da reação e do oportunismo. A propaganda do partido deve levar em conta esses elementos e buscar e encontrar os meios e caminhos para alcançá-los e afirmar as concepções de mudança, a visão dos problemas e seu protagonismo na organização e na luta popular.

A maior parte da população é vítima da exploração e opressão dos capitalistas, sofre os flagelos da pobreza, sua situação piora a cada dia devido à falta de emprego e ao alto custo de vida. São sectores sociais explosivos, susceptíveis de acções desesperadas, manipulados eleitoralmente por lojas populistas que lhes oferecem ouro e redenção mourisca, mas são atingidos por essas ofertas não concretizadas. Esses pobres, os sem camisa, devem receber o fluxo da propaganda do partido com o objetivo de conquistá-los para a luta pela mudança que desejam, mas que acreditam vir de um Messias.

Uma parte da intelectualidade das classes médias da população, da pequena burguesia, profissionais, professores e estudantes têm concepções progressistas e democráticas, não foram absorvidos pelo sistema como seus "intelectuais orgânicos", são passíveis de compreender e aderem às propostas revolucionárias, geralmente fazem parte das formações social-democratas, reformistas, mas há uma franja radical. A natureza da atividade desses setores sociais os projeta como formadores de opinião. A propaganda do partido também deve ser dirigida a esses setores. Em seu conteúdo deve refletir o suporte teórico que lhe dá validade, deve usar argumentos que mostrem sua justiça, sua validade e oportunidade.

As experiências no campo da propaganda e, sobretudo, a necessidade de avançar a passos largos devem ajudar a aumentar sua qualidade e magnitude para atingir milhões de pessoas, a sociedade como um todo, a base social do partido, os despossuídos e os intelectualidade progressista; Devem suscitar o uso multilateral da imprensa escrita, do flyer, da propaganda mural, da internet e dos computadores, da rádio e da televisão por conta própria, mas também utilizar os espaços que podem ser arrebatados aos meios comerciais através de entrevistas, debates , pronunciamentos, boletins informativos, chamadas, etc.

O eixo fundamental da propaganda do partido marxista-leninista deve ser o jornal central, o órgão do Comitê Central. O leninismo ensina o papel extraordinário do jornal do partido, do "La Iskra" ao "La Pravda" foi um baluarte da ação revolucionária das massas, cumpriu o papel de propagandista e agitador da luta da classe trabalhadora e do campesinato , Como sindicalista e articulador partidário, foi o porta-voz da ordem de assalto ao poder.

Certamente os meios de comunicação se desenvolveram lado a lado com o desenvolvimento das forças produtivas, com as inovações da ciência e da tecnologia, nos últimos tempos, especialmente com o papel desempenhado pela internet e pelas redes sociais. Sin embargo, sin renunciar a la utilización de esas diversas formas, el partido debe insistir en el periódico, en su regularidad, en su calidad de vehículo para la unificación política del partido, para la organización de las masas, para los combates de clase de os trabalhadores.

A violência revolucionária é a parteira da História.

A libertação dos escravos foi fruto de sua rebelião, de grandes revoltas e revoluções que romperam os grilhões e deram origem a uma nova etapa de desenvolvimento da sociedade humana, à autocracia dos senhores feudais, ao absolutismo e à vassalagem de milhões de camponeses que como "homens livres" estavam sob o jugo da servidão. O obscurantismo foi decapitado pela revolução dos artesãos e camponeses que foi utilizada pela burguesia para acessar o poder político e implantar o regime capitalista. As repetidas tentativas da aristocracia feudal e a reação para restaurar seus privilégios também fizeram uso da violência, mas foram derrotadas repetidas vezes pela violência revolucionária exercida pela burguesia, contando com os trabalhadores e camponeses como suas tropas. A burguesia no poder usa a violência para preservar seus interesses, aumentá-los e perpetuá-los; o imperialismo afirma seu domínio econômico e político com guerras agressivas, com a implantação de regimes fantoches, com tropas de ocupação.

A primeira revolução proletária triunfante, a Comuna de Paris estabeleceu o primeiro governo operário, a primeira expressão da ditadura do proletariado nas mãos da insurreição armada dos trabalhadores, defendeu-se através da violência revolucionária até sucumbir à superioridade militar do capitalistas. A Grande Revolução de Outubro nasceu da insurreição armada de 25 de outubro de 1917, sobreviveu à ofensiva contrarrevolucionária e derrotou-a depois de uma sangrenta guerra civil, contando com o Exército Vermelho, com os operários e camponeses armados lutando por seu destino. A revolução albanesa, a revolução chinesa, a guerra de libertação no Vietnã e todas as revoluções que tomaram o poder e um dia formaram o grande campo socialista foram o resultado da guerra revolucionária,

No âmbito das forças sociais e políticas que lutam contra o capitalismo, pela mudança e pelo socialismo, existem diferentes concepções e práticas sobre o uso da violência revolucionária. Os marxistas-leninistas devem esclarecer e diferenciar as concepções proletárias sobre as ideias e práticas voluntaristas, o enfoque guerrilheiro, a vanguarda, os heróis individuais, os libertadores das massas, os anarquistas típicos das ideias da pequena burguesia radical. Nós, comunistas, demarcamos posições quanto às concepções e práticas do terrorismo individual; Condenamos o terrorismo reacionário e fascista.

A libertação dos trabalhadores, a verdadeira independência só pode chegar com a organização e a vitória da violência organizada das massas dirigidas pelo partido do proletariado. Os comunistas marxistas-leninistas declaram-se partidários da violência revolucionária, esforçam-se por organizá-la em condições históricas concretas.

Conceber a violência revolucionária como a forma de luta que leva ao poder pressupõe para o partido proletário o uso de todas as outras formas de luta: a luta econômica, o combate sindical e sindical, a mobilização democrática do povo, a greve de empresa e a greve geral , as revoltas populares, a luta de rua, as passeatas, os protestos, a tomada de estradas e terras, a participação nas eleições da democracia representativa.

O partido do proletariado luta pela revolução em todas as circunstâncias, abertamente e aproveitando-se da legalidade burguesa, na semilegalidade, na ilegalidade e na clandestinidade

La pericia del partido del proletariado se desarrolla en la medida que puede recurrir a todas las formas de lucha, utilizarlas para acumular fuerzas, para contribuir a la organización de los trabajadores y la juventud, para educarlos políticamente, teniendo siempre en la mira el poder y a vitória. Fazendo uso de todas as formas de luta, combinando-as adequadamente de acordo com os objetivos estratégicos, o uso da violência revolucionária das massas permitirá à classe trabalhadora e seu partido organizar a revolução, a conquista do poder e, posteriormente, o exercício de seu poder. comandar e realizar a grande tarefa de construir o socialismo.

O centralismo democrático é o pilar do partido da classe trabalhadora

O partido comunista é um sistema de organizações, Lenin apontou desde os primeiros dias para construir um partido revolucionário da classe trabalhadora.

Esta afirmação refere-se à necessidade de um partido organizado, dotado de uma disciplina rigorosa, de uma direção centralizada; de uma organização de militantes que desenvolve a atividade revolucionária junto com as massas sob a orientação de uma única orientação política, que desenvolve suas iniciativas sem perder o rumo.

O centralismo democrático contém em um todo democracia e centralismo, liberdade e disciplina, iniciativa criativa e atividade planejada e controlada.

Entre a democracia e o centralismo, prevalece este último, o que define e caracteriza o partido do proletariado. No Partido Comunista há uma relação holística entre democracia e centralismo. As diversas circunstâncias políticas em que o partido desenvolve a sua atividade condicionam a relação entre centralismo e democracia; Assim, diante de situações em que a repressão se intensifica, a preeminência do centralismo é imperativa; ao passo que, em circunstâncias de maior expressão das liberdades democráticas, é possível e necessária uma melhor expressão da democracia dentro do partido.

Como organização centralizada, o partido marxista-leninista não admite direções paralelas, nem reconhece facções de qualquer tipo dentro dele. Como organização democrática, estabelece a igualdade de deveres e direitos de todos os membros, a eleição em todos os níveis, a revogação do mandato, a constante informação e consulta da base pelos órgãos superiores, o direito de criticar e fazer sugestões aos referidos organismos e aos dirigentes individualmente, utilizando os canais correspondentes.

A validade da democracia revolucionária na vida do partido se expressa na discussão política mais ampla mas organizada de problemas importantes, na participação de todas as organizações e membros, na formulação da Linha Política, da Declaração de Princípios, do Programa e o Estatuto do Partido; na atividade entusiasta e criativa de aplicar e desenvolver com audácia as orientações que emanam dos órgãos sociais, no exercício permanente e correto da crítica e autocrítica, no exercício da liderança coletiva e da responsabilidade pessoal.

Para que essas normas tenham uma validade real e efetiva, deve-se trabalhar para criar um ambiente de igualdade e camaradagem entre os dirigentes e os dirigidos. O mais importante para conseguir isso é a atitude de respeito que os dirigentes devem ter pelos militantes.

O centralismo surge da necessidade de elaborar, sintetizar e converter as opiniões e iniciativas das bases em uma única orientação, de adotar medidas práticas que viabilizem a execução e aplicação irrestrita dos acordos e resoluções, de unir e distribuir as forças do Partido de acordo com as necessidades da luta e garantir uma vontade única de ação de todos os militantes.

Os revisionistas Khrushchevistas, todo tipo de oportunistas de esquerda e direita e, claro, os ideólogos da reação e da burguesia insultam o centralismo democrático como expressão da rigidez, do autoritarismo do onipotente comitê central, como manifestação do que eles chamam de stalinismo; Boa parte dos grupos e indivíduos revolucionários pequeno-burgueses o condena como antidemocrático e exige liberdade de opinião e ação política.

A experiência histórica demonstra a certeza e validade do centralismo democrático para a construção e forjamento do partido marxista-leninista. Só um partido guiado pelo marxismo-leninismo e galvanizado pelo centralismo democrático foi capaz no passado de organizar e dirigir a Revolução de Outubro e as demais revoluções do proletariado do século XX, de construir o socialismo. Só um partido desta natureza poderá continuar a grandiosa tarefa de liderar a classe trabalhadora e o povo para derrubar o capitalismo e construir o novo mundo, a sociedade operária, o socialismo.

Os partidos e organizações marxistas-leninistas que cerram fileiras na CIPOML são porta-bandeiras consistentes da validade do centralismo democrático.

A construção do partido revolucionário do proletariado

A organização da revolução exige um partido comunista poderoso, um partido numeroso e qualificado, integrado por milhares e milhares de revolucionários proletários, homens e mulheres que adiram e lutem pela causa do comunismo.

A necessidade de unidade ideológica e política, de uma única vontade de agir, de uma férrea disciplina são erigidas como condições indispensáveis ​​para a atividade do partido revolucionário do proletariado, mas, ao mesmo tempo, são expressões da séria e desimpedida prática da democracia proletária.

A concepção de que o partido não é a soma de indivíduos, mas um sistema de organismos, é uma característica particular do partido dos proletários.

A relação ideológica, política e orgânica do partido com as massas é outro pilar da construção do partido, afirma-se na concepção materialista que as massas são as fazedoras da história, que o ser social determina a consciência, da teoria conhecimento e a negação do espontaneísmo.

A relação dialética da teoria com a prática. A convicção de que sem teoria revolucionária não pode haver prática revolucionária, do papel do partido na elaboração e discussão da teoria, da necessidade de equipar a classe trabalhadora e as massas com a teoria revolucionária são um componente indispensável na vida e no partido prédio.

A validade da crítica e da autocrítica, para resolver problemas, corrigir erros e superar dificuldades dentro do partido; o uso correto da luta ideológica para vencer dentro do partido as posições e práticas alheias à ideologia e à política proletária, asseguram o caráter de classe do partido.

Estes princípios fundamentais têm guiado os comunistas ao longo de várias décadas, em vários países e condições e, justamente, têm-se mostrado revolucionários; Eles permitiram que vários partidos cumprissem o papel histórico de liderar a revolução, tomar o poder e iniciar a construção do socialismo.

Os Marxistas-Leninistas afirmam a sua adesão a estes princípios, que são os fundamentos de um partido de "novo tipo"; esforçam-se por aplicá-los na construção do partido do proletariado.

Os partidos membros da CIPOML são ainda organizações pequenas, com problemas no seu funcionamento, insuficientemente ligadas às massas. São partidos e organizações que crescem lentamente, ficando atrás das necessidades da revolução, das possibilidades; eles existem e lutam em um pequeno número de países. O desenvolvimento orgânico é insuficiente em comparação com o trabalho político realizado pelo próprio partido.

Nas condições atuais do processo revolucionário, a questão de como avançar no crescimento do partido? se coloca como um problema muito importante.

Para uma grande combinação em qualidade e quantidade

El rol de organizador de la revolución solo puede ser cumplido victoriosamente por un partido comunista numeroso y calificado, implantado en las filas de la clase obrera, en las empresas fabriles, en las comunas campesinas, en las minas y barrios pobres, entre las mujeres y a juventude.

A célula partidária constitui o principal núcleo que liga o partido à classe trabalhadora, a célula empresarial caracteriza o caráter ideológico, político e organizacional do partido comunista.

A célula é a organização base do partido. É o núcleo dos comunistas que vive no seio das massas trabalhadoras, que está em constante relação com as suas experiências e problemas, que consegue captar e processar os seus desejos e aspirações, as suas necessidades, o seu nível de consciência e o seu estado de espírito. É o grupo de propagandistas revolucionários que levam as ideias do comunismo às massas, que as agitam, as convencem e as preparam para a luta revolucionária. É o estado-maior que pode organizar o combate das massas e conduzi-las à vitória, que educa politicamente o povo, que fortalece sua organização social e revolucionária. É a escola de formação comunista, o cadinho em que se forja o temperamento dos militantes, onde se desenvolve a fraternidade revolucionária e a solidariedade proletária. É o centro dos construtores do partido, daqueles que organizam o recrutamento e treinamento de novos comunistas. A célula representa o partido, seu programa e suas propostas, política cotidiana e objetivos estratégicos, é a expressão do papel de vanguarda da luta pela revolução e pelo socialismo.

A seleção, nucleação e formação dos lutadores populares nas diferentes instâncias organizativas das massas devem ser entendidas como etapas para a organização de grupos de candidatos a militantes partidários.

Obviamente, nem todos os membros destes núcleos organizacionais de base vão aceder à condição de militantes do partido comunista. Essa alta honra e responsabilidade serão assumidas pelos mais consistentes e abnegados, pelos lutadores populares que avançam para entender os fundamentos doutrinários do marxismo-leninismo e os fazem próprios na luta de massas, no combate revolucionário. Isso de forma alguma significa que aqueles que atuam em organizações sindicais e populares sem ser partidários não sejam revolucionários. Pelo contrário, são parte integrante das forças revolucionárias, organizadores e dirigentes da luta das massas. Os comunistas devem fortalecer os laços de unidade ideológica, política e orgânica com eles: devem respeitar suas opiniões e personalidade,

Entre os lutadores sociais, qualificando-se os mais coerentes e honestos, os que demonstram um compromisso mais firme com os interesses próprios, os que avançam a olhar além do seu entorno, os que buscam soluções, encontrarão caminhos para novos militantes do partido comunista. Entre estes “líderes” das massas, atentos aos mais jovens e determinados, aos audaciosos, aos que mostram sagacidade e iniciativa, aos que aspiram à mudança, está a semente, o presente e o futuro da revolução e do socialismo.

Não se deve alegar que esses comunistas em potencial têm clareza sobre a situação, a causa dos problemas e menos ainda a solução; Não deve ser exigido como condição para sua entrada no partido que eles conheçam plenamente o marxismo-leninismo, a política revolucionária, o partido e suas políticas e propostas. Eles vão saber e apreender tudo isso dentro do partido, no processo de sua assimilação e formação como comunistas.

A construção do partido exige um núcleo dirigente

Resolver o problema da direcção do partido, principalmente do seu Comité Central, é condição indispensável para o crescimento do partido, para a sua consolidação e desenvolvimento.

É uma tarefa e uma responsabilidade que exige tenacidade e perseverança e que se desenvolve num processo mais ou menos complexo.

As bases para a consolidação deste núcleo líder são:

– no conhecimento e assimilação da teoria revolucionária, do marxismo-leninismo; na capacidade desse mesmo núcleo conhecer e interpretar, à luz dos princípios e dos interesses da classe trabalhadora, a complexa e mutável situação em que se encontra a sociedade e o país, em que se desenrola a luta operária internacional .

– na capacidade de elaboração política para a classe trabalhadora, para a sociedade como um todo

– na vontade de aderir à organização e à luta da classe trabalhadora, à luta política que se trava na sociedade

– na decisão de assumir as funções de direção partidária, envolver-se diretamente nas relações da direção com as bases

– na prática consistente da crítica e da autocrítica, da luta ideológica

– na vontade de enfrentar e resolver os problemas da vida partidária, de ouvir as preocupações dos militantes e de lhes dar respostas revolucionárias e oportunas

– os dirigentes do partido devem ser intrépidos, ousados, oportunos, mostrar o caminho pelo exemplo, com simplicidade e calor revolucionário

A formação de um Comitê Central que reconheça e assuma suas responsabilidades e tarefas se expressará cotidianamente, terá altos e baixos, mas garantirá a construção do partido e a direção da luta revolucionária da classe trabalhadora por socialismo.

A construção do partido tem a ver com a promoção do partido, sua política e seus quadros entre as massas.

É necessário trabalhar tenazmente para divulgar a política revolucionária do partido, suas propostas atuais e estratégicas, o que os comunistas propõem para enfrentar e resolver a crise a favor dos trabalhadores e dos povos, o que propõem para hoje e amanhã; é fundamental promover o nome do Partido, os seus símbolos, as suas palavras de ordem; os comunistas devem estar presentes diretamente, ruidosamente entre as massas, entre os lutadores populares; Em suma, é necessário, essencial, promover o partido, a sua política e os seus quadros junto do proletariado, das outras classes trabalhadoras, da juventude e das mulheres.

Não se pode afirmar que os operários e camponeses, os professores e jovens, os lutadores sociais, aquelas pessoas, homens e mulheres que aspiram a um amanhã melhor e que querem fazer algo por ele possam reconhecer o Partido como o caminho, como o meios para a luta de libertação, se não a conhecem, se não conhecem as suas propostas e a sua capacidade de luta.

Como tornar o Partido conhecido entre as massas?

A política do partido deve ser divulgada entre as massas por todos os meios; é necessário exibir publicamente o nome da parte; Os quadros e militantes do partido devem merecer o reconhecimento das massas e demais lutadores sociais, devem fazê-lo na teoria e na prática, evidenciando clareza e solvência nas propostas, firmeza e coragem na direção das organizações sindicais, lealdade e consistência contra os interesses dos trabalhadores.

A difusão do jornal central do partido, a propaganda da célula, o panfleto, o folheto, o jornal de parede, a conversa com as massas são actividades que devem merecer a atenção regular das organizações de base e direcção.

Se assim procedermos, criar-se-á um ambiente favorável ao processo de construção do partido; trabalhar-se-á para converter o Partido em uma referência para as massas e lutadores populares.

A formação de novos e numerosos quadros do partido.

Os partidos comunistas têm um número significativo de quadros, com líderes populares que têm uma liderança merecida entre as massas, que são amados e respeitados.

Esta é uma realidade reconhecida por locais e desconhecidos. Mas também é verdade que as exigências atuais do movimento de massas e, sobretudo, as perspectivas e necessidades de seu desenvolvimento exigem a multiplicação do número de quadros revolucionários.

Os novos quadros não vão ser produzidos por geração espontânea, serão o resultado da existência de numerosos militantes, de homens e mulheres comunistas que tenham as qualidades e a vontade de assumir a liderança das massas no processo da revolução .

A formação de quadros exige um trabalho persistente da direção partidária mas exige também a vontade de cada militante em assumir um novo estádio.

O estudo da teoria revolucionária, o treinamento cultural, o cultivo de aptidões e capacidades e a prática social são essenciais para a formação de patrões e dirigentes das massas; militância, vida partidária, prática da democracia proletária, crítica e autocrítica, luta ideológica, bem como integração e participação na organização e luta sindical, nas lutas sociais e políticas das massas trabalhadoras. consciência dos quadros, para projetá-los como líderes políticos das massas.

XXIV SESSÃO PLENÁRIA DA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DOS PARTIDOS E ORGANIZAÇÕES MARXISTA-LENINISTAS, CIPOML

MÉXICO, NOVEMBRO DE 2018